– Só um poema por favor!
(…)
Estou aqui a arrumar palavras
de mão estendida e boné de métricas
(…)
Abano o braço como um pêndulo
Enquanto estacionas devagar
(…)
Parece pequena a tua estrofe
Uma quadra simples
(…)
Cabia lá uma ode inteira bem sei
Mas hoje não consigo melhor
(…)
O meu caderno está cheio
De meios sonetos desarrumados
Atonamente incapaz
Esdrúxulo e quase mudo
(…)
Acabou de passar agora
Uma écloga veloz
Tão bem que ostenta!
Sonora desde tão longe
Vem depressa
a derrapar sílabas cruzadas
A emparelhar rimas
Mas não parou…
(…)
Põe-se agora o tempo neste poema
e não já há lugar para mais um verso
(…)
Ninguém ao longe te reclama
Poesia
Hoje não tens sorte