Os primeiros chegavam do sul. Cansados das viagens longas, de matar paralelos e castigar céus nas asas a jato. Chegavam donos de sorrisos brancos, alvos e claros como manhãs de junho. Mas por dentro eram escuros.
Depois vinham os vizinhos. Não tocavam a companhia nem batiam à porta. Sabiam o caminho sem perguntas e às vezes tinham a chave. Mesmo assim chegavam sempre atrasados, como se horas certas e pontualidade não se aplicassem à lógica daquela rua.
Por fim, do Norte vinham os outros. Alegres e estouvados mas sempre distantes. Cheios de fazer género, a rir de lado, muitos salamaleques e faz-de-contas. Nem pareciam convidados.
Lá fora na luz da lua desenhava-se um quarto crescente a ameaçar marés de solstício.
Era o dia do encontro.